O Conselho de Segurança se reuniu nesta quarta-feira para discutir ameaças ao transporte comercial no Mar Vermelho. O subsecretário-geral adjunto para o Oriente Médio, Ásia e Pacífico, Khaled Khiari, alertou para as consequências de uma possível escalada militar na região, bem como o risco de agravar as tensões regionais.
Para ele, nenhuma causa ou agravante pode justificar a continuação desses ataques à liberdade de navegação.
Consequências no abastecimento global
A sessão ocorre após ataques dos combatentes Houthis telem levado empresas de navegação e petróleo a suspender o trânsito pela rota, que é uma das mais importantes do mundo. A situação tem potencial de impactar a economia global, além de milhões de pessoas no Iêmen.
Segundo a imprensa internacional, o grupo alega que os ataques são uma retaliação contra Israel por sua campanha militar em Gaza.
Khaled Khiari listou alguns dos ataques do grupo em dezembro e alertou que o redirecionamento de navios pode ter consequências nas cadeias de abastecimento global, especialmente no aumento dos custos de frete e no alongamento dos prazos de entrega.
Ele incentivou as “partes envolvidas a evitarem uma escalada e reduzirem as tensões e ameaças”, enfatizando a importância da estabilidade na região para a normalização do tráfego no Mar Vermelho e para evitar o risco de arrastar o Iêmen para uma “conflagração regional”.
O representante da ONU ainda reforçou o pedido de libertação imediata do “Galaxy Leader” e sua tripulação, que foi apreendido em 19 de novembro. O vice-subsecretário-geral adicionou que os incidentes originados de áreas controladas pelos Houthis no Iêmen devem cessar.
Ele concluiu seu discurso afirmando que a assistência do Conselho de Segurança em busca de “moderação” permanece “extremamente valiosa” para evitar mais violência no Mar Vermelho.
Segurança do Mar Vermelho
Após Khaled Khiari, o secretário-geral da Organização Marítima Internacional, OMI, afirmou que informações recentes indicam que os Houthis não estão limitando seus ataques apenas a navios ligados a Israel.
Arsenio Dominguez alerta que um número significativo de empresas já está redirecionando seus navios ao redor da África do Sul para reduzir seus riscos. A medida representa um acréscimo de 10 dias na duração média das viagens, impactando negativamente o comércio internacional e os custos de frete.
Dominguez reiterou seu apelo pela redução das tensões “para garantir a segurança de marinheiros, a liberdade de navegação e a estabilidade das cadeias de suprimentos”.
Condenação dos ataques
O chefe da OMI declarou que a agência continuará monitorando a situação em colaboração com os Estados membros e parceiros da indústria e marinhas envolvidas na garantia da segurança no mar.
Ele citou recomendações anteriores, negociadas em dezembro sobre como lidar com a crise, destacando que a agência da ONU já possui um programa em andamento sobre segurança na região do Mar Vermelho.
O Conselho de Segurança emitiu uma declaração em 1º de dezembro abordando a ameaça Houthi e condenando os ataques. Os Estados-membros também pediram a libertação imediata do navio “Galaxy Leader”, registrado no Japão, que foi apreendido pelo grupo rebelde em 19 de novembro.