O ultraliberal Javier Milei toma posse neste domingo (10) com um número de ministérios reduzido em relação à quantidade existente no governo de seu antecessor, Alberto Fernández. Antes, eram 18 pastas e agora são nove.
Até sexta (8), seriam apenas oito pastas, mas o novo presidente argentino voltou atrás e decidiu manter Saúde como ministério; a ideia anterior era transformá-lo em secretaria.
Conheça os escolhidos para serem ministro no governo de Javier Milei:
Luis Caputo, ex-secretário de Finanças e ex-presidente do Banco Central durante o governo do neoliberal Maurício Macri, será o o ministro da Economia.
Luis ‘Toto’ Caputo, como é conhecido, terá a difícil missão de definir e executar planos para contornar a crise econômica mais grave das últimas décadas na Argentina.
Desde o fim da eleição, em 19 de novembro, Caputo, um especialista em finanças com passagens por bancos privados nos Estados Unidos, vem se reunindo com representantes dos setores financeiro e produtivo da Argentina
A cientista política Patrícia Bullrich tomará posse como a nova ministra da Segurança da Argentina. Ela é ex-ministra da Segurança da Argentina, ficou em terceiro lugar no primeiro turno das últimas eleições pela coalizão de direita Juntos por el Cambio (em português, Juntos pela Mudança) e, durante a primeira parte da campanha, teve conflitos com Milei.
Após o primeiro turno, ela o apoiou publicamente e afirmou que os dois ‘se perdoaram’. Embora suas raízes políticas estejam ligadas à esquerda, a candidata à Presidência se apresenta como uma política de centro-direita
O advogado Mariano Cúneo Libarona foi nomeado o novo ministro da Justiça.
Ele tornou-se conhecido na década de 1990 ao representar Guillermo Coppola, ex-empresário de Diego Maradona, e em outros casos relevantes, incluindo a investigação do atentado à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), em 1994.
Libarona também exerceu a função de advogado e conselheiro em diversos times de futebol, incluindo o San Lorenzo e o Newell’s Old Boys. Atualmente, mantém sua atuação como advogado e conselheiro em outros clubes, como o River Plate e o Racing
O administrador Guillermo Ferraro assumirá o Ministério da Infraestrutura.
Com vasta atuação na política, ele coordenou a fiscalização nacional da coalização La Libertad Avanza (em português, A Liberdade Avança), de Javier Milei, contribuiu nas equipes técnicas do Ministério da Fazenda do Governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, em 2009 e, entre 2002 e 2003, ocupou a posição de subsecretário de Indústria.
Em entrevista à rádio argentina Mitre, Ferraro afirmou que seu objetivo à frente do ministério será estimular a participação do setor privado e diminuir a interferência do Estado na área
A economista Diana Mondino comandará o Ministério das Relações Exteriores.
Ela é formada pela Ucema (Universidade do Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina), onde atua como diretora de Assuntos Institucionais. No passado, trabalhou como diretora em empresas listadas na Argentina e na Bolsa de Nova York, como Pampa Energia, Banco Supervielle e Loma Negra — esta última considerada líder na fabricação de cimento, concreto e cal.
Diana disse recentemente que a Argentina não vai manter relações com o Brasil nem com a China
A jornalista Sandra Pettovello assumirá o Ministério de Capital Humano, que terá o maior orçamento do governo de Milei. A pasta contemplará as áreas Desenvolvimento Social, Saúde, Trabalho e Educação.
Sandra é formada em jornalismo pela Universidade de Belgrano e em ciências da família pela Universidade Austral. Também é pós-graduada em políticas familiares pela Universidade Internacional da Catalunha, na Espanha. Ela não tem atuação na maioria das áreas que chefiará
O advogado Guillermo Francos vai liderar o Ministério do Interior. Dentre todos os ministros, ele é o que tem mais tempo na política.
Francos foi vereador de Buenos Aires, de 1985 a 1993 e, em 1997, tornou-se deputado nacional pela cidade de Buenos Aires, cargo no qual permaneceu até 2000.
Entre 2007 e 2011, foi também presidente do Banco da Província de Buenos Aires. Em 2019, tornou-se representante da Argentina no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e exerceu essa função até 2023, quando renunciou ao posto para se juntar à equipe de Milei
O escolhido para encabeçar o Ministério da Defesa foi Luis Petri, advogado, que também atuou na política.
Ele foi deputado provincial, de 2006 a 2013, e deputado nacional, de 2013 a 2021. Nas eleições de 2023, concorreu nas primárias como pré-candidato para o governo de Mendoza, mas foi derrotado por Alfredo Cornejo. Depois, concorreu como vice de Bullrich à Presidência.
Segundo a mídia argentina, o nome de Petri foi sugerido pela nova ministra da Segurança da Argentina
O médico cardiologista Mario Russo foi o último escolhido para fazer parte do governo Milei. Ele será o responsável pelo Ministério da Saúde.
Durante a campanha eleitoral, o novo presidente havia prometido que a Saúde seria apenas uma secretaria, provavelmente associada ao Ministério do Capital Humano.
Russo foi secretário de Saúde nas cidades de San Miguel (2009-2015) e Morón (2015-2016) e ocupou o cargo de subsecretário de Coordenação de Políticas de Saúde e Planejamento e Controle de Saúde na mesma província (2015-2019) de Buenos Aires