Por que ainda não há cratera? Entenda em sete pontos o desastre ambiental em Maceió – EERBONUS
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Por que ainda não há cratera? Entenda em sete pontos o desastre ambiental em Maceió

<img src=”https://img.r7.com/images/colapso-de-mina-em-maceio-al-solo-afunda-mais-devagar-mas-defesa-civil-mantem-alerta-maximo-03122023221445337″ /><br />
A mina 18 da petroquímica Braskem, localizada no bairro de Mutange, em Maceió (AL), pode colapsar a qualquer instante, de acordo com a defesa civil do município. A exploração de sal-gema pela empresa causou instabilidade no solo, que já cedeu 1,77 metro e afunda em uma velocidade de 0,25 cm por hora. Os riscos de desabamento e formação de grandes crateras devem resultar no esvaziamento de mais de 2.000 imóveis na região. Veja a seguir&nbsp;sete tópicos para entender o desastre ambiental em Maceió:&nbsp;1. Quando começou?A exploração do sal-gema começou na década de 1970, em Maceió. Desde então, foram criados 35 poços de extração. Os primeiros danos ocorreram em fevereiro de 2018, quando um forte tremor de terra fez surgir as primeiras rachaduras nos bairros — uma delas com 280 metros de extensão.&nbsp;Na ocasião, mais de 55 mil pessoas precisaram deixar as suas casas.&nbsp;Em novembro deste ano, ao menos cinco tremores foram sentidos na região.&nbsp;A intensificação dos últimos sismos fez a Prefeitura de Maceió decretar estado de emergência, na última quarta-feira (29), e pedir a evacuação da população ao redor do local. A cidade segue em estado de alerta2. O motivoDe acordo com o CPRM (Cia Pesquisa Recursos Minerais), do Serviço Geológico do Brasil, o problema do solo está diretamente relacionado à exploração de 35 minas de sal-gema pela Braskem. Estudos feitos por especialistas há mais de dez anos já mostravam que esse cenário poderia acontecer. Uma pesquisa publicada na revista científica Geophysical Journal International em 2010 mostrou que a exploração do sal-gema pela Braskem estava provocando aumento do nível do lençol freático em Maceió, e que esse aumento de pressão poderia causar o afundamento do solo3. Onde fica a camada de sal-gema?O sal-gema é muito cobiçado pela indústria por ser a matéria-prima de&nbsp;produtos higiênicos e farmacêuticos, além de ser usado na fabricação de soda cáustica (NaOH), de bicarbonato de sódio (NaHCO₃) e de PVC. O mineral fica localizado&nbsp;na sexta camada da terra, que pode estar a 1.200 metros da superfície. Para chegar até o sal-gema, é necessário perfurar cinco camadas de solo cheias de materiais como areia e argila4. Como é feita a mineração?Um poço é perfurado até o sal. Lá, um buraco de cerca de 7 metros de diâmetro é aberto. Bombas mandam água para a camada mais profunda e, pela pressão, fazem a mistura com o sal-gema voltar pelo poço e chegar à superfície. Na tentativa de estabilizar o terreno, após a extração os buracos são preenchidos com uma pasta de areia, e os poços são cobertos por cimento. No entanto, o professor de geologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Mário Ferreira, entrevistado pela Record, explica que, como a densidade do sal e a da areia são diferentes, a tendência é que o terreno desloque e "sofra um colapso"5. Quando o solo deve estabilizar?Das 35 minas da empresa em Maceió, cinco foram totalmente preenchidas e três seguem em processo de preenchimento com areia — entre elas a mina 18, que está em risco de colapsar. Segundo Jorge Abreu, geólogo da UnB (Universidade de Brasília), neste cenário, estabilizar o solo é um processo que pode demorar anos. "Agora é esperar e ver se a sorte o acomoda. O relevo e a topografia vão mudar", afirma6. Por que a mina ainda não colapsou?A defesa civil afirmou que não há como apontar os motivos pelos quais a mina 18 da Braskem ainda não colapsou. Mas o desastre é iminente, e o órgão permanece em alerta máximo&nbsp;&nbsp;7. Posição da BraskemA Braskem informou que interrompeu definitivamente a extração de sal-gema em 2019 e iniciou as ações para estabilizar os poços em 2020. Em nota, a empresa afirma que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18.&nbsp;Segundo informações da Prefeitura de Maceió, na última semana, 27 famílias saíram de suas residências após uma decisão judicial&nbsp;A&nbsp;Defesa Civil continua a recomendar que a população não transite na área desocupada&nbsp;até uma nova atualização com base em dados de monitoramento

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