Atualmente, apenas 14% das áreas em Gaza não estão sob “ordens de evacuação”. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo comissário geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.
Philippe Lazzarini afirmou que “dia sim, dia não, as autoridades israelenses emitem estas ordens, forçando as pessoas a fugir, criando confusão e pânico”.
As famílias em Gaza continuam a ser forçadas a encontrar locais mais seguros para se abrigar
Fugas todo mês
Segundo ele, muitas vezes as pessoas têm apenas algumas horas para arrumar tudo o que puderem e começar tudo de novo, “principalmente a pé ou em uma carroça lotada, para aqueles que podem pagar”.
O chefe da Unrwa disse que quase todas as pessoas em Gaza foram afetadas por estas ordens. Muitas delas foram forçados a fugir, em média, uma vez por mês desde o início da guerra, que começou há nove meses.
Ele citou relatos de pessoas que tiveram que fugir duas vezes em um intervalo de apenas 10 horas. Para Lazzarini, “esta tática de evacuação só traz mais miséria, medo e sofrimento para as pessoas que nada têm a ver com esta guerra”.
Desde o início da guerra, foi negada educação a 625 mil crianças em Gaza, uma vez que as escolas foram forçadas a permanecer fechadas
Tensões na Linha Azul
O comissário-geral afirmou ainda que os habitantes de Gaza não são “peças de xadrez”.
De acordo com agências de notícias, um ataque de drone israelense matou duas pessoas e feriu outras três no sul do Líbano nesta segunda-feira.
O ato foi considerado uma retaliação israelense após um ataque com foguete que matou 12 pessoas, especialmente adolescentes e crianças no fim de semana, nas colinas de Golã, um território ocupado por Israel.
Neste domingo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o ataque e pediu que todas as partes na Linha Azul, na fronteira do Líbano com Israel, exerçam o máximo de contenção para evitar qualquer nova escalada.