Em 2023, cerca de 3 em cada 4 portugueses consideraram ter dificuldades para pagar as contas, sendo as despesas com moradia as principais responsáveis pelo aperto financeiro.
O resultado integra o barômetro anual da associação de defesa do consumidor Deco Proteste, que inquiriu quase 7 mil residentes em Portugal.
O levantamento mostra que, apesar da queda da inflação –que foi de 4,3% em 2023, contra 7,9% em 2022–, o aumento dos custos no mercado de habitação, combinado à alta dos alimentos, está pesando no bolso dos portugueses.
Os moradores da região central de Portugal e do Alentejo são os que aparecem com as maiores dificuldades financeiras. Do lado oposto da tabela, quem vive em Bragança, no Norte, tem a maior folga orçamental.
Enquanto 75% relataram ser difícil pagar todas as contas, 7% dos inquiridos classificaram sua situação financeira como “crítica”.
Quase a metade dos participantes (49%) considerou que as despesas com habitação eram as que tinham mais dificuldade em pagar. Praticamente empatados, os gastos com alimentação (42%) e em atividades de lazer (41%) aparecem na sequência.
“A crise habitacional emerge como um dos principais fatores no aperto financeiro das famílias portuguesas, suprimindo qualquer alívio proporcionado pela descida da inflação”, analisa a associação Deco Proteste, responsável pela pesquisa.
Nos últimos anos, o preço dos imóveis residenciais disparou no país, tanto para locação como para a compra.
Dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) revelaram que os preços dos novos contratos de aluguel atingiram um novo máximo em 2023, registrando o maior aumento em quatro anos.
O valor mediano dos novos contratos de locação residencial teve um aumento de 10,58% em relação ao ano anterior, ficando em 7,21 euros (R$ 38,82) por metro quadrado.
Embora a alta tenha sido registrada em praticamente todo o país, os valores mais elevados estão em Lisboa. Na capital lusa, o valor mediano do metro quadrado ficou em 15,22 euros (R$ 81,96): alta de mais de 18% em comparação a 2022.
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