Nos grandes clubes, aqueles que almejam lutar por títulos importantes, a chegada de reforços, de jogadores considerados de alto nível, é sempre bem-vinda.
Qual treinador não gosta de receber da diretoria a notícia de que um, dois, três talentos novos (não necessariamente na idade) estarão se juntando a um elenco que já é considerado de gabaritado?
Pois o Chelsea ofereceu a seu técnico, Graham Potter, na janela de transferências de inverno (até 31 de janeiro), nada menos do que sete reforços para uso imediato.
Ao mesmo tempo, a equipe perdeu para a segunda metade da temporada um único atleta, o volante ítalo-brasileiro Jorginho, que migrou para o também londrino Arsenal.
O cenário causou ao treinador, além de lógica satisfação, também uma certa dor de cabeça. O excesso de jogadores, todos querendo um lugar cativo na equipe, terá de ser muito bem administrado por Potter.
Caso não haja um equilíbrio nas escalações, com minutos suficientes dados a todos, pode-se gerar descontentamento, que certamente provocará ruídos e rachas no vestiário. E dificilmente um time triunfa em meio a conflitos internos; pelo contrário, a tendência é a implosão.
“Se você gasta dinheiro, o burburinho aumenta. Temos jogadores muitos bons, precisamos de uma competição saudável [entre eles], mas às vezes haverá frustração”, disse Potter em entrevista a jornalistas, indicando a possibilidade de passar por momentos de constrangimento.
Desde maio do ano passado sob a administração do grupo empresarial liderado pelo norte-americano Todd Boehly, o Chelsea investiu perto de US$ 370 milhões (R$ 1,88 bilhão) em contratações recentes. É o clube europeu que mais gastou no período permitido para transações.
Chegaram à equipe, que até esta sexta (3), quando enfrentaria o Fulham, amargava a décima colocação no Campeonato Inglês, o argentino Enzo Fernández (volante), o ucraniano Mudryk (atacante), o português João Félix (atacante), o brasileiro Andrey (volante, ex-Vasco), o marfinense Datro Fofana (atacante), o francês Badiashile (zagueiro) e o inglês Madueke (atacante).
Ex-Benfica, Fernández foi o mais caro deles (US$ 131 milhões/R$ 669 milhões) e é para quem os holofotes estarão mais direcionados, já que se destacou na Copa do Qatar, no fim de 2022, conquistando a taça ao lado de Messi.
“Existem desafios quando você tem tantos jogadores, pois a maioria quer jogar”, afirmou Potter. “Haverá conversas embaraçosas porque apenas 11 podem jogar e você só pode relacionar uma certa quantidade de atletas [para cada jogo].”
Os contratados se juntam a um elenco que conta com uma série de jogadores de primeira linha, presentes atualmente ou anteriormente nas seleções de seus países, como os zagueiros Thiago Silva e Koulibaly, o volante Kovacic, os meias Mount, Ziyech e Pulisic e os atacantes Havertz, Aubameyang e Sterling.
Como o Chelsea já foi eliminado das Copas (da Inglaterra e da Liga Inglesa), Potter tem apenas duas competições para dar espaço ao seu caro e amplo elenco (são 31 jogadores de linha), a Premier League (Campeonato Inglês) e a Champions League (Liga dos Campeões da Europa).
A direção do clube espera que o cardápio de atletas colocado à disposição de Potter sirva não para causar indigestão ao treinador e sim para que ele acerte na combinação das opções e faça o time subir degraus na Premier (está a 21 pontos do líder, o Arsenal, e a 10 da zona de classificação para a próxima Champions).
Na Liga dos Campeões em andamento, o Chelsea, campeão da competição em 2021, duelará nas oitavas de final com o alemão Borussia Dortmund.
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